Midias sociais

Busca

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

DIGA NÃO

O NÃO de ELOÁ


http://www.professorjorge.org

ARTIGO PUBLICADO NO JB, DA DRª MARIA

ISABEL, PROFESSORA DE PSICOLOGIA, QUE

DENOMINEI DE "O NÃO DE ELOÁ".


VALE A PENA LER...

Isabel Alves

Centro de Apoio e Defesa da Cidadania-RJ

Encaminhado por sua aluna Danielli Pinho.

UM ALERTA PARA OS PAIS!!!

Criando um Monstro

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos
a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por...
Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão?
A situação social da violência? Traumas? Raiva contida?
Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade?
O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar
na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos,
ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em
duas pessoas inocentes?
O rapaz deu a resposta: 'ela não quis falar comigo'. A garota disse não,
não quero mais falar com você.
E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais
Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os
programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira
muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros
sem serem chamados.
Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo
todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos
outros nãos nessa história toda.
Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO
podia namorar um rapaz de 19.
Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o
filho do tal apartamento a puxões de orelha.
Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial
maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha
escapado com vida.
Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar
a garota de volta pra lá.
Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do
caso, que permitiu que o tal seqüestrador conversasse e chorasse
compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.
Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a única que disse não nessa
história foi punida com uma bala na cabeça.
O mundo está carente de nãos.
Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer
Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos ( e alguns maridos,
temem dizer não às esposas ).
Pessoas têm medo de dizer não aos amigos.
Noras que não conseguem dizer não às sogras.
Chefes que não dizem não aos subordinados.
Gente que não consegue dizer não aos próprios desejos.
E assim são criados alguns monstros.
Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos
surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do
professor, da namorada, do gerente do banco.
Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal.
Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu
ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos.
Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de
aniversário faraônicas para suas crias.
Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer:
Não, você não pode bater no seu amiguinho.
Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos.
Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei.
Não, você não vai passar a madrugada na rua.
Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.
Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos.
Não, essas pessoas não são companhias pra você.
Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho
Não, aqui não é lugar para você ficar.
Não, você não vai faltar na escola sem estar doente.
Não, essa conversa não é pra você se meter.
Não, com isto você não vai brincar.
Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.
Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e
firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no
primeiro não que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam. Usam drogas.
Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o
pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por
Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo,
pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados
com um amor real, sem culpa, tranqüilo e livre, conseguem
perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um
castigo, um não. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só
prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em
quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo
que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós
de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas
que nos amem. O não protege, ensina e prepara.
Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos
que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento
respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento.
Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí
que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda.

Muito interessante para refletir..

pelos vínculos do calvário

1 comentários:

Muito bom esse artigo. Realmente o NÃO está em falta!
Peguei este artigo para divulgá-lo em meu blog!
Paz!

Postar um comentário