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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

AMOR

Parte do Livro: "Ouça o Espírito, Ouça o mundo" Autor John Stott - Página 24


E os seres humanos? Se os peixes foram feitos para a água,'os seres humanos foram feitos para quê? Eu acho que a nossa resposta é a seguinte: se a água é o elemento em que os peixes se encontram como peixes, então o elemento em que os humanos se encontram como huma­nos é o amor, as relações de amor. Morris West dá-nos um exemplo impressionante disto em seu livro Filhos do Sol, que conta a história dos scugnizzi, os meninos de rua abandonados de Nápoles, e do amor de Frei Mário Borelli por eles. "Existe em nós (os napolitanos) uma coisa que nunca muda", disse Mário para Morris. "Nós necessita­mos tanto de amor quanto um peixe necessita de água, ou uma ave de ar." Morris West, Children of the Sun (1957; Pan, 1958), pp. 94-95 E então explicou que cada um dos scugnizzi que ele conhecia "tinha saído de casa porque não havia mais amor para ele".
Mas não são apenas as crianças de rua do mundo que necessitam amar e ser amadas, e que descobrem que vida significa amor. Todos nós somos assim. É no amor que nos encontramos e nos realizamos. Além do mais, não é preciso ir muito longe para buscar a razão para isso. É porque Deus é amor em sua essência, de tal forma que, quando ele nos criou à sua própria imagem, deu-nos a capacidade de amar assim como ele ama. Não é à toa, portanto, que os dois grandes mandamentos de Deus são amá-lo e amar uns aos outros, pois é esse o nosso destino. Uma existência verdadeiramente humana é impossível sem amor. Viver é amar, e sem amor nós murchamos e mor­remos. Como expressou Robert Southwell, poeta católico romano do século XVI: "Não quando eu respiro, mas sim quando eu amo, aí é que eu vivo." Ele provavelmente estava fazendo eco à observação de Agostinho, de que a alma vive onde ela ama, não onde ela existe.
O verdadeiro amor, no entanto, impõe restrições ao amante, pois o amor é essencialmente autodoador. E isto nos leva a um surpreendente paradoxo cristão. A verda­deira liberdade é a liberdade para ser eu mesmo, assim como Deus me fez e como ele pretendia que eu fosse. E Deus me fez para amar. Mas amar é dar, é autodoação. Portanto, para ser eu mesmo, eu tenho que negar-me a mim mesmo e doar-me. Para ser livre eu tenho que servir. Para viver, eu tenho que morrer para o meu próprio egocentrismo. E, para encontrar-me, tenho que esbanjar-me em dar amor.
A verdadeira liberdade é, pois, exatamente o oposto do que muita gente pensa. Não é ser livre de toda a respon­sabilidade que tenho para com Deus e os outros, a fim de viver para mim mesmo. Isto é ser escravo do meu próprio egocentrismo. Pelo contrário, a verdadeira liberdade é a libertação do meu tolo e diminuto ego, a fim de viver responsavelmente em amor a Deus e aos outros.





Meu querido Irmão Junior Vilaça de Macaé, me enviou, emocionado, esse texto de John Stott, que acabar de ler....Muito lindo!!!


Pelos vínculos do amor....

1 comentários:

Paz!!!realmente temos vivido dias de muito desamor,tantos sofrimentos, mas muitos pelos nossos próprios pecados e egoismo. Destaquei estas frases que me marcou muito:Portanto, para ser eu mesmo,eu tenho que negar-me a mim mesmo e doar-me. Para ser livre tenho que servir. Como tem sido real estas palavras para mim. Amei!

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