A PASTORAL DO MEDO

Há um bom motivo pelo qual o alarmismo é contagioso e irresistível, e se espalha como a peste pelas veias da internet; há um motivo pelo qual os pregadores invariavelmente demonizam seus adversários, e afirmam haver gigantes insaciáveis onde ficará demonstrado haver moinhos de vento: semear o medo torna as pessoas vulneráveis, e gente vulnerável pode ser manipulada...

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VOCÊ SABIA?!

Você sabia que foi apenas no ano 190 d.C. que a palavra grega ekklesia, que traduzimos como igreja, foi pela primeira vez utilizada para se referir a um lugar de reuniões dos cristãos? Sabia também que esse lugar de reuniões era uma casa, e não um templo, já que os templos cristãos surgiram apenas no século IV, após a conversão de Constantino?...

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PROJETO VALEU PRA VIDA

O Projeto Valeu Pra Vida é um sonho se materializando fundamentado no AMOR 'a Deus e ao ser humano, que buscar atender o cidadão em sua totalidade, corpo-alma-espírito, trabalhando para a sua plena integração com ser e na inter-relação com o outro, seu ambiente social e familiar. É a busca do encontro com Deus, consigo mesmo e com o próximo, viabilizando assim oportunidades Sociais, psicológicas e espirituais...

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domingo, 26 de março de 2017

Vestigios do Dia

Vestígios do dia
"Existem algumas cenas de filmes que são arquetípicas. Cenas que marcam uma geração. No filme “Matrix” temos a cena em que Morpheus oferece as duas pílulas para Neo.
No filme “Vestigios do dia” com Anthony Hopkins temos a cena em que o dono da casa está conversando com dois convidados e chama o mordomo. Os convidados estão conversando sobre política europeia antes da Segunda Guerra. Quando o mordomo vai se retirar um dos convidados faz três perguntas ao mordomo e este não sabe responder nenhuma delas. Então o convidado que fez as perguntas diz ao dono da casa: “e são milhões iguais a este que votam”.
Esta cena é muito importante. Ela diz muita coisa sobre a humanidade. Existem os “milhões que votam” e existem os que decidem o que acontece. Os “milhões que votam” não sabem sequer do que os convidados estão falando. E são estes convidados, seus colegas e amigos, que decidirão fazer a Segunda Guerra onde 60 milhões “que votam” morrerão.
E assim é com todas as guerras, todas as “crises econômicas”, todas as decisões que afetam as vidas dos “bilhões que votam”.
Existe um ditado que diz que “conhecimento é poder”. Esta é uma absoluta verdade. Sem conhecimento uma pessoa está numa posição de escravo de outrem. Perceba isso ou não. O controle sobre a própria vida será praticamente nulo. Será um servo ou um “lulu” como os sumérios falavam.
Nunca foi tão fácil obter conhecimento como hoje. Existem “sebos” de todos os tipos que vendem obras fundamentais por um preço mínimo. E existe um acervo gigantesco de informação na Internet virtualmente de graça. E o que isso mudou? Praticamente nada. Se nós fizermos aquelas três perguntas para a maioria absoluta das pessoas em qualquer rua de qualquer cidade do mundo, teremos a mesma resposta do mordomo. E estamos em 2013.
Será que as pessoas não percebem que sem conhecimento são escravos? Será que entendem que adquirindo conhecimento serão livres? Será que não acreditam que podem ser livres? Ou já se conformaram em ser escravos? Ou elas acham que já entenderam como funciona o planeta Terra? Será que as pessoas vivem em “silencioso desespero” como disse Thoreau? E acham que não tem saída para suas vidas? Ou acham que é assim mesmo que é a vida?
A questão é que existe uma atitude que poderia mudar tudo. “Não jogar para debaixo do tapete” quando percebe que não conhece um determinado assunto. Procurar estuda-lo até que esteja consciente de tê-lo entendido. Só que para entender algo é preciso raciocinar, usar a razão. Caso contrário ficaremos com as meia-verdades ou mentiras. E é fácil saber se algo é verdadeiro ou não. Basta verificar se funciona ou não. Vejam a situação do planeta Terra. Será que a humanidade desconfia de que tem algo errado na administração deste planeta?
O mordomo frequentou uma escola? É claro que sim. E não entende o que os convidados conversam! Portanto o que ele aprendeu na escola é suficiente para que ele seja mordomo. Nada mais. E isso é que ele tem de entender para poder sair da situação que está. Ou ele não quer sair da situação que está? Está bom do jeito que está?
A atual crise econômica foi criada durante 25 anos. Quem percebeu que ela estava sendo criada? A mesma situação do mordomo e os convidados. Os que criaram são a meia-dúzia que sabe fazer as perguntas. E criar a “realidade”. Os demais pagarão a conta. Leiam “O sequestro da América”.
Muitos dirão que não tem tempo para estudar ou que não tem dinheiro. É exatamente assim que querem que as pessoas pensem. Tempo é uma questão de prioridade. Todos podemos dispor de alguns minutos para ler um livro que realmente faça a diferença. E quanto se gasta de tempo com “divertimentos” que não acrescentam nada?
Existem duas classes de pessoas neste planeta. Temos a “classe média” que teria condições de ler e aprender como funciona o mundo. E temos a classe que mora nas periferias que não tem tempo, nem dinheiro, nem condições, nem estudo para entender sequer que é possível mudar isso. Essas duas classes de pessoas já introjetaram a crença de que não é possível resolver os problemas deste planeta. E quando acontece isso é praticamente impossível expandir a consciência de uma pessoa que acha que já sabe tudo. Mesmo quando se explica detalhadamente e maciçamente que é possível a mudança e como faze-la, a pessoa resiste à qualquer mudança que leve à solução dos seus problemas.
Como disse Dostoievsky no conto “O Grande Inquisidor”, o livre-arbítrio é considerado a pior maldição da humanidade. Ter de decidir a própria vida é algo que a humanidade detesta. É muito mais fácil receber ordens. Todas as crianças na mais tenra idade deveriam ler este conto. Daí elas entenderiam o que aconteceu com Jesus e porque aconteceu. E o que aconteceria de novo. E de novo. E de novo...
Até quando?"
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O SER INTEIRO

O SER INTEIRO
Tinha feito calor o dia inteiro. A brisa que descia das montanhas tornava o final da tarde bastante agradável no mosteiro. Encontrei o Velho, como carinhosamente chamávamos o monge mais antigo da Ordem, sentado em uma confortável poltrona situada em uma das varandas que permite uma belíssima vista dos vales que se avizinham abaixo de nossa sede. Pedi para sentar ao seu lado e ele concordou com um movimento de cabeça. Por me conhecer há algum tempo, foi direto ao ponto: “O que lhe aflige”? Expliquei que muitas vezes, mesmo na certeza de tomar a decisão correta, algum desconforto se instalava em mim, o que era uma contradição. Ele pediu para que eu fosse mais específico e acrescentou: “Vamos ao caso concreto”.
Expliquei que um grande amigo tinha me pedido dinheiro emprestado. Era um valor considerável. Embora eu tivesse a quantia, que estava guardada para outros fins, neguei o empréstimo. Isto furtara a minha paz nos últimos dias. Ponderei que estranhava os meus próprios sentimentos, uma vez que a convicção da minha escolha deveria pacificar o meu coração. Com os olhos vagando no horizonte, o Velho falou: “O espírito, a verdadeira identidade eterna de todos nós, em sua infância, nosso atual estágio, tem o ego distante da alma como se estivéssemos divididos em dois. Por um lado, o ego se empenha pelas conquistas materiais e os prazeres sensoriais, os aplausos e o brilho social. Pelo outro, a alma se alegra com as vitórias dos sentimentos sobre os instintos, com a superação das dificuldades, com a transmutação das próprias sombras em luz. O ego quer o reconhecimento do mundo; a alma quer que o melhor de si brote para o mundo. O ego está ligado às paixões; a alma ao amor. O ego está no âmbito do eu; a alma pensa em nós. Na viagem do aperfeiçoamento o Caminho nos impõe escolhas. Com o ser dividido em dois as decisões criam conflitos internos. Estes conflitos geram desequilíbrio em todos os níveis”. Deu uma pausa antes de acrescentar: “Temos que alinhar o ego à alma, no sentido de que os desejos daquele estejam em harmonia com as buscas desta. Da mesma maneira temos que trabalhar o ‘eu’ sem esquecer o ‘nós’, sendo que a recíproca também se aplica. Ou seja, cuidar do mundo sem esquecer de si. São partes da mesma arte. Assim o ser se torna uno, se liberta das angústias mundanas, conhece a plenitude e a paz”.
Pelos vínculos do amor